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quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Averdade sobre adescolonização?

Tertúlia do Casino Figueira recebeu Almeida Santos e Quadratura do Círculo
Repor a verdade da descolonização

António Almeida Santos foi o convidado de Fevereiro das Tertúlias do Casino. Com moderação de Carlos Andrade, a passagem do ex-presidente da Assembleia da República pela Figueira ficou marcada pela companhia dos elementos do programa Quadratura do Círculo.
Paula Alexandra Almeida

Descolonização e emprego foram os principais temas debatidos no Casino Figueira na noite de terça-feira, em mais uma tertúlia que teve como convidado António Almeida Santos e que inclui a gravação ao vivo do programa da SIC Notícias, Quadratura do Círculo, transmitido ontem à noite, com Pacheco Pereira, Jorge Coelho e Lobo Xavier.
Recentemente publicadas, as “quase memórias” de Almeida Santos são cerca de mil páginas dedicadas ao processo de descolonização português. Almeida Santos não estranhou que “muitos portugueses ficassem surpreendidos com a revelação de alguns acontecimentos descritos no livro”, já que “há um desconhecimento profundo de muitos dos aspectos que rodearam o processo”, afirmou.
O livro é “um juízo próprio”, assegurou. “É a minha verdade da guerra colonial e da forma como se processou a descolonização portuguesa que não foi a pior de todas, apesar do envenenamento produzido com a circunstância de quase toda a comunidade internacional ter cortado relações com Portugal, exercendo uma forte pressão externa”.
Almeida Santos louvou, no entanto, “a maneira como no continente se acolheu quase sem dor a leva de retornados”, dor essa “vencida na generosidade dos portugueses que permitiram uma reintegração sem traumas”.
Não se considerando “culpado”, Almeida Santos lamentou ainda que tivesse sido “acusado de tudo”, na altura. “Então, não reagi porque a minha obrigação era compreender. Mas agora tenho o direito de pôr cá fora a minha verdade”.
Sobre o assunto, Lobo Xavier recordou que os retornados “não foram as únicas vítimas da descolonização”, mas também o foram os naturais dos vários países, tendo Jorge Coelho adicionado ao grupo “os milhares de jovens portugueses que mortos e estropiados na guerra”.
Pacheco Pereira, por seu turno, afirmou que “ainda não há distanciação histórica” para avaliar as consequências ou o processo de descolonização, visto que os envolvidos ainda estão vivos. Mas à época, assegurou, “a maior parte dos portugueses não sabia nada de África. E a oposição não queria saber de África para nada”.
Surpreendendo os presentes com a escolha do tema para a tertúlia, Almeida Santos assegurou, já terminada a gravação do programa, que “o fim do emprego é uma tendência irreversível” e que “não tem sido devidamente reflectida, não se preocupando com ela os senhores do mundo”.
O ex-presidente da AR questionou porque é que, com o fim anunciado do emprego, os políticos continuam a combater o desemprego e a falar de pleno emprego, quando os números indicam mais de 1 bilião de desempregados e sempre a aumentar.
Mostrando um certo descrédito no futuro, e referindo que os robots farão tudo o que o homem faz e terão até “bom senso”, Almeida Santos questionou ainda como é que será então distribuída a riqueza. “Hoje, a distribuição da riqueza faz-se através dos salários”, afirmou. “Ora, com sem emprego não há salários, não havendo salários, como é que será feita a distribuição da riqueza?”.
As Tertúlias do Casino continuam em Março, dia 20, com Filipe Duarte Santos, e em Abril, dia 17, com Rui Vilar. O programa prevê ainda, para Junho, a presença de Marcelo Rebelo de Sousa.
http://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=1679091c5a880faf6fb5e6087eb1b2dc&subsec=&id=3f3fee2c56efcf37130424d30e72f088